Recebi no meu Aniversário um presente Maravilhoso de Sissi, minha irmã... trata-se de um livro que faz vc refletir sobre as coisas simples da vida! "Como um Mistico amarra os seus sapatos - O segredo das coisas Simples" de Lorenz Marti. O fato eh que eu estou adorando, embora leio-o a "passos de tartaruga". mais eh muito bom. Um capítulo aqui... outro alí... muito interessante. Porém, um capitulo, até agora pelo menos, me chamou atenção. muito interessante mesmo. Não sei se me identifiquei ou talvez é algo que eu precise enxergar... enfim... mas eu tive o trabalho de digita-lo todinho, rsrs, não o livro e sim esta parte que eu gostei muito. E o título é: "DECLARAÇÃO DE AMOR AO COMUM.
DECLARAÇÃO DE AMOR AO COMUM
Entra dia, sai dia, há muitas pequenas cosias para a gente resolver; escovar os dentes, guardar papéis velhos, lavar a louça, pagar contas, regar plantas, compatibilizar a agenda, amarrar os cadarços dos sapatos, preencher formulários, fazer café, comprar pão, limpar o banheiro. O que há de comum em todas essas coisas? Não lhes dou importância e por isso tento liquida-las o mais depressa possível. Segundo a minha imposição inconsciente e também ingênua, a verdadeira vida só começa quando tudo isso já foi liquidado.
Mais depois ainda posso esperar muito tempo. Pois o fato de estar liquidado não significa que terminou. Sempre há coisas a fazer. As pequenas e grandes tarefas do dia-a-dia nunca terminam, e o perigo que eu fique liquidando coisas de manhã até de noite, até que eu mesmo esteja liquidado. Assim a vida toda torna-se um acontecimento que eu liquido – o mais depressa possível – para depois finalmente...
Sim, o que, afinal? Quando eu reflito sobre isso, nem sei o que fazer. Será que eu me sentia feliz e pleno se tudo estivesse liquidado? Ou me sentiria entediado?
“liquidar” quer dizer originalmente “tornar livre”, “colocar em liberdade”. Mas livre do quê? – e para quê? Será que não é justamente uma noção errônea ter de liquidar tudo que me prende me impede de viver a aventura do momento presente?
Quanto mais eu penso nisso, tanto mais evidente torna-se pra mim o quão ilusório é tudo isso. Minha mania de liquidar tudo é expressão de um pensamento antigo, de esperar tudo do futuro e nada do presente. O futuro nada é além de uma efêmera fantasia. Só este momento agora é verdadeiro. Não posso liquida-lo – mas posso me impedir de vive-lo total e plenamente. Infelizmente isso pode ser feito – de forma simples e quase automática. Posso m transportar em pensamento para onde quiser, mas não para o local em que efetivamente estou.
O remédio mais eficaz para a minha loucura de liquidar tudo é a concentração no momento presente - por mais insignificante e modesto que possa parecer. Não é uma tarefa fácil, é muito mais um grande desafio. Viver assim, como se não existisse passado nem futuro, mas só este momento agora. Ao escovar os dentes, ao preencher formulários monótonos ou ao limpar o banheiro, só este momento agora é o que vale. Liquidado de toda mania de liquidar tudo.
Quando um monge budista pediu ao seu mestre que instruísse, este lhe disse:
- Você já tomou seu café da manhã?
- Sim, respondeu ele.
Então o monge disse:
- Pois vá lavar a louça!
Com isso o monge atingiu a iluminação.
E eu aprendo que onde estou e o que faço não é tão importante. O importante é que eu estou envolvido naquilo com todo o meu coração, e não simplesmente “liquidando” algo. E que sei valorizar aquele momento. E que permaneço aqui e não fujo em pensamento a algum futuro imaginário.
O essencial não está longe de mim. Está aqui. No presente. Sempre em todos os lugares. Quando isso se torna consciente pra mim, muita coisa se modifica. O que geralmente considero óbvio, mostra-se um valioso presente. O tédio do olhar superficial dá lugar à admiração e a uma profunda gratidão.
É isso a espiritualidade: uma declaração de amor ao que é totalmente comum.
Retirado do livro “Como um místico amarra os seus sapatos – o segredo das coisas simples” de Lorenz Marti – Editora Vozes 2008.
[b]Não eh sensacional?![b]
Até o próximo post!!!!
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